História do Cristianismo na Turquia As terras da Turquia sempre foram o centro de muitos acontecimentos cruciais na historia do cristianismo: Os seguidores de Jesus foram chamados cristãos em Antioquia-no-Orontes. As viagens missionárias de São Paulo aconteceram três vezes pelo oeste da Anatólia. Em Alexandria de Troas ele teve a visão de um homem lhe pedindo estender a sua missão até Macedónia. Todos os sete Concílios Ecumênicos foram reunidos no oeste da Anatólia. De Constantinopla, o Império Romano do Leste foi governado, e uma das edificações cristãs mais veneradas , Sta. Sofia, foi construída lá. Entre os séculos XI e XVI as Cruzadas aconteceram pela Turquia.
As Primeiras Comunidades O cristianismo começou numa pequena minoria de povo ordinário. Antes de Constantino o Grande dar liberdade de culto, as congregações geralmente eram feitas em segredo em casas particulares dos membros. Por isso é impossível indicar alguma construção e identificá-la como igreja do séc. I ou II. A primeira igreja construída em Constantinopla é a igreja de Santa Irene que já não existe mais. A atual igreja de Santa Irene data do ano de 522. Entre as primeiras comunidades cristãs mais conhecidas que o Paulo visitou estão Iconium (Konya), Antioqia de Pisidia (Yalvaç), Lystra, Derbe, Éfeso, Mileto, e Alexandria de Troas. E as que São João nomeou como as Sete Igrejas de Ásia Menor são Éfeso, Esmirna (Izmir), Pérgamo (Bergama), Thyatira (Akhisar), Sardis, Philadelphia (Alasehir) e Laodicea. Depois de São Paulo, São João é a pessoa que recebe a maior interesse no início da historia cristã na Anatolia. O Apocalipse, escrito por ele quando ele estava em exílio na ilha de Patmos, é o último livro do Novo Testamento. Acha-se que ele escreveu Apocalipse durante os anos em que o imperador Domiciano perseguia os cris- tãos. Isso datava o livro para o ano 95 ou 96 d.C. A localização das s ete igrejas adquiriu um especial sentido pela intensidade da mensagem de São João. Entre os primeiros mártires cristãos em Anatolia aparece Sto. Policarpio que morreu em Esmirna no ano 150 d.C. Na cidade de Esmirna há uma igreja dedicada a ele.
Cristianismo do Leste A difusão do cristianismo em Anatolia do leste e os conflitos dos seus membros, fizeram com que houvesse poucos documentos e assim como menos informação. Falta de informação, também não quer dizer falta de atividade. A crença difundiu-se. Construíram-se conventos. Talvez em algumas zonas, as práticas mantidas sejam mais próximas às formas originais do que as aceitas nas igrejas do oeste. Entre as primeiras igrejas do leste da Turquia estão as quais membros falaram Armênio e os que falaram Siriaco , um dialeto do Aramaico. Uma das primeiras comunidades era a armênia. Os armênios no séc. IX a.C. eram provavelmente um grupo semítico. Sob o poder do rei Tiradates (d.C 238-314) se converteram ao cristianismo por Gregorio o Iluminador. Aceitaram o cristianismo como a religião do estado no séc IV, poucos anos antes de que Constantino o Grande o impusera no Império Romano. Mesrop inventou o alfabeto armênio, e a Bíblia foi traduzida ao idioma armênio comum em 410. Um outro primeiro grupo cristão foi de fala aramaíco. O aramaíco é uma língua semítica. Era a língua franca do Oriente Medio desde VIIIº até IVº séc ªC. Foi falada pelos Arameanos e assirios e provavelmente era a língua que falava Jesus. Nos primeiros séculos do cristianismo o dialeto aramaico-syriaco, era a língua dos escritores cristãos do Antioquia-no-Orontes leste.Concentraram-se nas Universidades de Edessa e Nisibin. Os surianis de hoje, membros da Igreja Ortodoxa da Siria, que moram na região de Tur Abdin ainda falam este língua e seguem a tradição ortodoxa siriana.
As Sete Igrejas de Apocalipse Cartas para as igrejas da Ásia Menor O livro de Apocalipse consiste em cartas mandadas para as Sete Igrejas da Ásia Menor e nas visões do conflito cósmico final entre as forças do Demônio e os anjos de Deus, que acaba com a vitória do segundo. As cartas para as Sete Igrejas formam uma pequena parte do livro no início. A forma delas pode ser inspirada nas cartas de São Paulo. No entanto, há cartas artificiais ou partes de uma carta particular que revela uma única mensagem. Foram escritas não para ler senão para pregar. Foram escritas para serem lidas com motivo de estimular o leitor para ficar fiel a sua fé e de lhe proporcionar paz e de advertir ele sobre fatos catastróficos descritos a sua continuação. As cartas começam com endereços similares e acabam com expressões idênticas. Na primeira visão São João foi ordenado para escrever o que ele vê, para as Sete Igrejas. Eu João , que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa de palavra de Deus, pelo testemunho de Jesus Cristo. Eu fui arrebatado no Espírito no dia de Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia (Ap 1:9-11)
Éfeso Escreve ao anjo da Igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas , que anda no meio dos sete castiçais de ouro: Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus: e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e não o são, e tu os achastes mentirosos. E tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não deixaste esmorecer Ap: 2:8-9
Além de possuir uma das sete Igrejas de Apocalipse, foi o lugar onde viveram a Virgem Maria e São João, e onde temos a Casa de Virgem Maria, o túmulo e a Basílica de São João. O terceiro Concílio Ecumênico foi feito na Igreja de Virgem Maria em 431. Éfeso foi uma das cidades mais importantes da sua época. Foi no teatro de Éfeso ( o maior de Ásia Menor com uma capacidade de 25.000 pessoas) onde São Paulo pregou e foi protestado pelos pagãos. A cidade também contava com uma das sete maravilhas do Mundo Antigo, que era o templo de Diana (Artemisa).
Esmirna E anjo da Igreja que está em Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu: Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mais tu eis rico), e a blasfémia dos que se dizem judeus, não o são, são a sinagoga de Satanás Ap: 2:8-9 Atualmente Esmirna é a terceira maior cidade e uma das mais bonitas e desenvolvidas da Turquia. Esmirna aparece em Apocalipse como o lugar da sinagoga de Satanás. João conta para os cristãos que estão prestes a sofrer pela sua fé e também diz que aqueles que forem fiéis vão ganhar uma coroa da vida. Entre as igrejas que tem, uma das mais importantes é a de Santo Policarpio, o primeiro mártir cristão da Ásia Menor.
Pérgamo Ao anjo da Igreja de Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios: Conheço as tuas obras, onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. Ap:2: 12-13 Pérgamo, junto com Éfeso é uma das cidades antigas mais importantes da Turquia. Na época romana, o Asklepion de Pérgamo foi o centro de medicina mais importante. São João caraterizou Pérgamo, em Apocalipse como o lugar onde foi coroado Satanás. Nesta época a cidade era o centro mais importante de paganismo. E ele elogia os cristãos de Pérgamo por não terem deixado sua fé apesar de toda a pressão. Além da cidade antiga , é possível visitar a Igreja de São João, nas ruínas de Praça Vermelha. |
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Tiatira Ao anjo da igreja da Tiatira escreve: Isto diz o filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo , os pés semelhantes ao latão reluzente: Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras. Ap:2:18-19 A carta de São João para a Igreja de Tiatira era a menos significante e a maior. Isso não é uma coincidência mas provavelmente uma obrigação devido a gravidade da situação na Igreja de Tiatira. A cidade foi conhecida pela popularidade das práticas pagãs, e a Igreja aqui sentiu uma grande pressão.
Sardes: Ao anjo da Igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto. Se vigilante, e conforme os restantes, que estavam para morrer, porque não acheis as tuas obras perfeitas diante de Deus Ap: Ap:3: 1-2 A mensagem de São João para a Igreja de Sardes começa com a introdução de Cristo como um que possui os sete espíritos de Deus e as sete estrelas. As sete estrelas eram os anjos das Sete Igrejas. Em Sardes foram achadas varias igrejas e uma sinagoga.
Filadélfia: Ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha e ninguém abre: conheço as tuas obras, eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. Ap:3:7-8 Com exceção da Igreja de Esmirna, a Filadélfia é a única igreja entre as sete sobre a qual não foi falado mal por São João. Ele refere a Jesus como santo e verdadeiro, e como o dono da chave de Davi. Em Filadélfia hoje em dia encontram-se os restos de uma igreja de séc. XI.
Laodicéia E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente Ap: 3:14-15 No início da sua mensagem São João apresenta o Cristo como o Amém o que é um título divino. Segundo João os cristãos de Laodicéia eram indiferentes respeito da religião. (Ap. 3:16) As escavações em Laodicéia mostraram que a cidade teve mais de uma igreja do séc. V. Entre as ruínas podemos citar o teatro, o ginásio, e alguns prédios públicos.
São Jorge São Jorge (275 - 23 de Abril, 303) foi, de acordo com a tradição, um padre e soldado romano no Exército de Diocleciano, e que é venerado como mártir cristão. Na hagiografia, São Jorge é um dos santos mais venerados no Catolicismo (tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa como também na Comunhão Anglicana). É imortalizado no conto em que mata o dragão e também é um dos Catorze santos auxiliares. Considerado como um dos mais proeminentes santos militares, sua memória é celebrada dia 23 de abril como também em 3 de novembro, quando, por toda parte, se comemora a reconstrução da igreja dedicada a ele na Lida (Israel), onde se encontram suas relíquias, erguida a mando do imperador romano Constantino I.
É o santo patrono em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscovo e, extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído a São Sebastião), além de ser padroeiro dos escoteiros, do S.C Corinthians Paulista e da Cavalaria do Exército Brasileiro. Há uma tradição que aponta o ano 303 como ano da sua morte. Apesar de sua história se basear em documentos lendários e apócrifos (decreto gelasiano do século VI), a devoção a São Jorge se espalhou por todo o mundo. A devoção a São Jorge pode ter também suas origens na mitologia nórdica, pela figura de Sigurd, o caçador de dragões.
De acordo com a lenda, Jorge teria nascido na antiga Capadócia, região do centro da Anatólia que, atualmente, faz parte da Turquia. Ainda criança, mudou-se para a Palestina com sua mãe após seu pai morrer em batalha. Sua mãe, ela própria originária da Palestina, Lida, possuía muitos bens e o educou com esmero. Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas, por ser a que mais satisfazia à sua natural índole combativa. Logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Nicomédia, exercendo a função de Tribuno Militar.
Nesse tempo sua mãe faleceu e ele, tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a corte do Imperador. Jorge, ao ver que urdia tanta crueldade contra os cristãos, parecendo-lhe ser aquele tempo conveniente para alcançar a verdadeira salvação, distribuiu com diligência toda a riqueza que tinha aos pobres.
O imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos e no dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.
Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo. Indagado por um cônsul sobre a origem dessa ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da Verdade. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O que é a Verdade?". Jorge respondeu-lhe: "A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e Nele confiando me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade."
Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio aos poucos ganhado notoriedade e muitos romanos tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor).
Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.
Pelo século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, em Bizâncio, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores santos da Igreja Católica. (Fonte wikipedia)
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