Peregrinação na Ásia Menor (Turquia)
Embora tivesse sido o principal perseguidor dos cristãos, durante os primeiros anos da nova fé ,Paulo tornou-se um crente de Jesus, sendo sua voz mais influente a seguir ao próprio Jesus em toda a história da Igreja.
A conversão de Paulo colocou-o na fronteira entre dois mundos. Ele foi criado no seio de uma família estritamente judaica, o que o levou a uma vida dedicada à defesa da lei de Moisés, contra uma seita que punha em causa essa mesma lei, e que orava no templo, mas que afirmava também que o Messias era um mestre galileu que fora crucificado.
A transformação que o Paulo sofreu convenceu-o de que o galileu crucificado era realmente o Messias e Filho de Deus. Acreditava ainda que a mensagem do Messias não se destinava apenas aos judeus, mas também aos gentios.
Paulo nasceu na cidade de Tarso (na atual Turquia), um centro de cultura e de filosofia próspero e afamado, na região da Cilícia, na Ásia Menor Meridional. Os pais deram-lhe o nome hebraico de Saul, que fizera parte da sua tribo de Benjamin. Também usava o nome em latim, Paulus, sentindo orgulho em afirmar que era cidadão da cidade grega de Tarso.
Quando Paulo ainda era um jovem, a família mudou-se para Jerusalém, onde ele foi educado. As raízes farisaicas de Paulo levaram-no a estudar com um dos mestres mais proeminentes da época , Gamaliel, o Ancião, o mestre judeu mais importante do I séc. a.C. Ao mesmo tempo , Paulo aprendeu o ofício de fazer tendas, a fim de se poder sustentar durante os seus estudos da lei. No ano de 32, Paulo tinha 28 anos de idade. Em nome de Sinedrio, liderava a perseguição contra os cristãos.
Mas a aparição celeste de Jesus a caminho de Damasco mudou tudo na vida dele. Falava Jesus Saulo, Saulo porque me persegues?. Saulo perguntou Quem és tu senhor? As palavras seguintes que Paulo ouviu arrasaram o seu mundo e transformaram tudo o seu futuro. Eu sou Jesus , a quem tu persegues. (At 9, 4-5)
Imediatamente, Paulo começou a proclamar a sua nova fé em Jesus com o mesmo ardor que utilizara antes para defender a Lei. Surpreendeu judeus e cristãos em damasco, ao participar nos seus debates, tomando o partido oposto àquele que eles haviam esperado.
As viagens de evangelização de Paulo |
Na sua qualidade de apóstolo dos gentios, ele deixou uma marca permanente no cristianismo, transformando-o de um movimento no seio do judaísmo numa fé para todas as nações. E o fato de ele ter concentrado os seus esforços nas cidades principais do Império Romano, ajudou a dar forma cristianismo, imprimindo-lhe um cunho urbano.
As viagens de evangelização de Paulo dividem-se habitualmente em três. No entanto, quando iniciou a primeira viagem de evangelização Paulo já tinha começado a viajar e a pregar havia mais de uma década, na área da sua cidade natal Tarso, assim como por toda a Síria e Arábia. Paulo escreveu aos Coríntios dizendo que fizera viagens sem conta.
Ainda assim, aquele percurso parece curto quando comparado com a segunda viagem de Paulo na companhia de Silas, que teve início alguns meses mais tarde. O par viajou extensivamente através da Ásia Menor, atravessando até a Europa e pregando nas cidades ao longo da península grega., após o que regressaram à Ásia Menor, Palestina e Antioquia.
Durante sua terceira viagem, Paulo dirigiu-se de novo para a Ásia Menor, Macedónia e Grecia. Tencionava viajar mais tarde até Espanha através de Roma, mas foi preso em Jerusalém e enviado para Roma como prisioneiro. Foi decapitado em Roma, apesar de ninguém ter registado as circunstâncias exatas da sua morte. Provavelmente, teria menos de 60 anos de idade.
Paulo foi reconhecido como um herói genuíno da sua fé, durante a geração que se seguiu à sua morte. Ao longo de toda a história do cristianismo, a poderosa formulação que Paulo fez do evangelho a ênfase que deu à salvação através da graça de Deus, por meio da fé em Jesus, e o realce que deu ao amor como sendo estes os valores fulcrais de uma vida cristã - são aspectos que têm servido de estandarte para os maiores teólogos da igreja. Homens como Martinho Lutero ou, na época moderna, Karl Barth, viram o seu próprio trabalho teológico como uma tentativa para recuperarem o conhecimento interior e o espírito de Paulo, o Apóstolo, um homem que manteve verdadeiramente a sua fé.
|