INFORME FUI
Falar de Miami é quase desnecessário, quando se está dirigindo principalmente ao público brasileiro. Todos a conhecem e todos a adoram. Não quero falar da cidade em pleno verão: o tempo é abafado, excessivamente quente até mesmo para os nossos padrões. Com a umidade turvando seus pensamentos, você só vai pensar em se refugiar nos muitos templos de consumo, e com isso perder a chance de vê-la como uma cidade de muito estilo. Ou de vários deles. Escolha melhor época para ir. Assim você pode olhar com calma as lindas construções art déco de South Beach, por exemplo. Prédios que unem a elegância das linhas geométricas desse estilo com o ar relaxado e praiano da cidade. Tudo combina. Combina também andar pela Lincoln Road ave, de preferência sem pressa ou destino. Assim você poderá achar lojas menos óbvias que as “grifadas” e fazer agradáveis descobertas. Falo dos pequenos e charmosos bares da avenida, que “convidam” a uma bebida gelada, ou usufruir de um almoço leve e gostoso. A linda loja da Nespresso é uma sugestão que se encaixa bem nesse conceito. Pode também pegar um cineminha, visitar galerias de arte e até mesmo conhecer a Miami Beach Community Church, a primeira igreja a se instalar em Miami Beach. Se seu interesse for coisas de casa na área da cozinha, acho a Williams-Sonoma adorável, cheia de tudo que a gente assim que olha, passa a precisar... Mas não deixe de caminhar também pelas avenidas Washington e Collins. Lá você pode ver os hotéis dos anos 30 a pleno vapor, passear pelo New Symphony Park entre estruturas simulando floreiras gigantes! O prédio que domina esse espaço, o New World Center, é obra do arrojado arquiteto Frank Gehry, e abriga uma sala de concertos que são algumas vezes projetados na sua fachada para o publico que está na praça. Um super programa que combina muito... Inspirado por tudo isso, quem sabe mandar um postal enviado pelo Post Office e fazer uma surpresa para alguém? Da Ocean Drive, a famosa e badalada avenida, prefiro andar pelo canteiro que a separa da praia. De lá, em meio à sombra das arvores e no verde dos gramados, você pode apreciar os prédios e restaurantes da orla, guardando um distanciamento seguro, sem abordagens inconvenientes e multidões. A música fica mais suave e a brisa do mar mais próxima... |
Fotos: Angela Güzey
O mar ali é bonito, sem dúvida, como em toda a extensão de Miami Beach. Mas se caso é aproveitar a praia, a área mais ao norte é menos cheia e disputada. As águas azuis e transparentes são de uma temperatura agradável e convidam mesmo a relaxar. A estética colorida dos postos de salvamento cravados nas areias remete a um passado mais calmo e menos acelerado. Gaivotas enfeitam o céu. De novo, tudo combina.
Dos shoppings, não vou falar dos grandes nem dos outlets. Todo mundo já os conhecem e sabem onde estão. Mas vou mencionar o Bal Harbour Shops, que fica ao norte de Miami Beach. As lojas são “classudas”, e o ambiente é muito diferente dos espaços refrigerados da cidade. A área é aberta com muita vegetação, laguinho de trutas e fontes de água. Como um oásis de luxo, o Harbour tem bons restaurantes onde eu destaco o Carpaccio, que além da boa comida italiana, é bastante animado! Mas cá entre nós, se a vontade de consumir for irresistível, já estaremos a meio caminho de um Aventura Mall, por exemplo, onde todo e qualquer impulso em compras será aplacado! Vejo sempre recomendações para que se esteja devidamente motorizado em Miami. Claro que isso pode representar um conforto e uma flexibilidade nos deslocamentos. Mas não é imperativo. Pode-se bem fazer uso do transporte público, embora seja ele restrito e nada excepcional. Não usar o carro combina mais com férias, não? Miami tem uma latinidade que nos faz assim percebê-la de modo tão próximo e familiar. Isso acontece no espanhol falado em todas as partes, às vezes até mesmo o português, no clima tropical, no modo casual e despojado que nos reconhecemos... Miami sim, Miami! ANGELA GÜZEY - é psicóloga por vocação, e viajante e fotógrafa por paixão - |